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Crianças e adolescentes nem sempre foram vistos como sujeitos de ação. Seu Estatuto de sujeito aparece e desaparece em momentos da história, marcando concepções de infância diferenciadas e conferindo-lhes um tratamento específico. A modernidade, Lócus do suposto indivíduo livre e igual, tão bem discutido na obra de Luís Dumont (2000). Da sociedade contemporânea, aponta também para o nascimento do sujeito na infância. O projeto de modernização, higienista, foi criticado por Diversos autores por tentar traçar a homogeneização de culturas específicas a forma como estas concepções modernas de sujeito atingem setores diferenciados da sociedade, no entanto, não é homogênea. Visando discutir a questão do sujeito na infância como um projeto da modernidade, discorrerei sobre concepções de infância no Brasil em diversos momentos da história, mostrando como visibilidades e invisibilidades são construídas, num processo muitas vezes paradoxal. Um momento ápice do estatuto de sujeito para a infância se dá a partir do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). No entanto, esta mesma legislação, que lança luz a esta fase da vida tirando crianças e adolescentes da condição, transformando-os em sujeitos de direito, também produz uma visão de sujeito infantil essencialista, colocando num estatuto de "igualdade" sujeitos que se formatam histórica e contextualmente de maneiras muito diferenciadas, criando mais uma vez novos contextos de exclusão. Focarei na história do tratamento dado à infância e adolescência chamada de "abandonadas" no Brasil, e nas forma como a legislação os nomina em diferentes momentos, buscando entender como os mecanismos que visibilizam este novo sujeito é o mesmo que o visibiliza ou que o excluí socialmente. Meu enfoque neste assunto se dá por serem estes os principais alvos tanto do aparato legislativo, punitivo quanto assistencialista no país, ainda na atualidade, mostrando uma continuidade de valores que se instituem