TUBERCULOSE
A família das mycobacteriáceas apresenta duas espécies microbianas responsáveis por duas das mais antigas e graves moléstias da humanidade: a tuberculose e a hanseníase.
Estas doenças, no passado histórico, juntamente com as guerras sangrentas, eram responsáveis pela extinção de milhares de vidas em todo o mundo, quando não estabeleciam irreparáveis danos físicos. As guerras sangrentas praticamente foram eliminadas porque foram estabelecidos mecanismos políticos, sociais e econômicos a nível global que inviabilizam a sua ocorrência, ou seja, foram eliminadas as condições predisponentes.
Comparativamente à espécie humana, os micróbios, sejam eles saprófitas ou patogênicos, precisam de condições predisponentes para obterem êxito em suas investidas e, ao contrário das guerras sangrentas, essas condições predisponentes à tuberculose e à hanseníase sofreram pouca alteração, o que explica a alta incidência de tais patologias em praticamente todo o mundo.
As condições predisponentes à tuberculose e à hanseníase são - da mesma forma que nas guerras sangrentas que imperavam no passado - políticas, sociais e econômicas, o que nos permite concluir que travamos uma guerra milenar contra dois inimigos comuns: Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae, com um agravante de serem inimigos invisíveis a olho nu.
A era bacteriológica e o desenvolvimento científico e tecnológico, recentemente incorporados à sociedade, reduziu sensivelmente as taxas de mortalidade e morbidade das doenças infecciosas. No caso específico da tuberculose e da hanseníase foram elaboradas substâncias bactericidas, bacteriostáticas e até profiláticas, a exemplo da vacina BCG, ativas contra M. tuberculosis e M. leprae; no entanto, as condições de miséria social, analfabetismo e subnutrição sofreram poucas alterações nas regiões ditas "periferia do mundo".
Esse quadro, por sua vez, foi sensivelmente agravado pela epidemia mundial da AIDS, que está diretamente relacionado com o