trovadorismo
No século XII, a Europa possuía uma divisão completamente diferente da apresentada atualmente. Portugal e Espanha formavam a Península Ibérica dividida em quatros regiões: Navarra, Aragão, Leão e Castela. Desta última, a partir da separação do Condado Portucalense, originou-se o reino de Portugal, independente em 1143.
Por causa dos problemas de se firmar como um Estado, Portugal só foi apresentar uma atividade cultural genuinamente portuguesa por volta do século XV, quando as obras literárias começaram a mostrar um nacionalismo mais exacerbado e uma maior preocupação com o emprego correto da língua, que até este momento era uma mistura dos dialetos falados na região, o galego-português.
Pode-se dizer que o primeiro movimento artístico português foi o trovadorismo. Neste período, a Europa cristã vivia o feudalismo, os homens estavam com seus olhos voltados para Deus e a Igreja, é o teocentrismo (Deus é o centro do Universo). Os eventos mais importantes são as cruzadas, ou seja, a organização de expedições ao Oriente em busca de riquezas e da conversão da população ao catolicismo, e o surgimento das primeiras universidades.
Características do movimento:
As obras escritas durante este momento histórico refletem a sociedade da época: a relação entre o senhor feudal e os servos; a imagem do cavalheiro fiel ao rei, ao amor e à fé e a musicalidade, originária das cantigas produzidas nos palácios para divertir a corte.
Apesar de a maioria das obras ter se perdido com os passar dos anos, algumas resistiram, sendo conhecidas ainda hoje. A Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de guarvaia, escrita por Paio Soares de Traveiros, em 1198, é considerada a obra mais antiga da literatura portuguesa.
As cantigas podem ser divididas em dois gêneros distintos: lírico e satírico.
Lírico
Cantigas de amor: Por influência do feudalismo, onde o senhor feudal é o símbolo do poder e os servos seus vassalos, nas cantigas de amor, o "eu lírico" age como um vassalo diante da mulher