Tribos urbanas: skatistas
Quando pensamos em adolescência, pensamos no modo naturalista como definição, ou seja, uma fase que é necessária à passagem de todo o individuo que sai da fase infantil, sem ser um adulto, com suas mudanças tanto biológicas quanto psicológicas que lhe são de obrigatoriedade.
Em contrapartida a essa visão naturalista, temos a visão sócio-histórica da Adolescência, ou seja, de como se constituiu historicamente esta fase.
Ana Maria Bahia Bock em seu periódico “A perspectiva sócio-histórica de Leontiev e a crítica à naturalização da formação do ser humano: a adolescência em questão” (2004) traz criticamente o modo naturalista como o foco do estudo em adolescentes, sendo que ela é, na teoria sócio-histórica, uma construção social que tem suas repercussões na subjetividade e no desenvolvimento do homem moderno, inclusive as mudanças biológicas como marcas corporais significadas socialmente e não naturais.
Adélia Clímaco citada por Bock (2004) traz em seus estudos sociais uma constituição da adolescência em fatores históricos, onde a partir das revoluções industriais a mão de obra trabalhista precisou de mais tempo de formação, reunindo assim os jovens num mesmo espaço no qual os afastavam do trabalho. Havia também uma necessidade de retardar o ingresso desses jovens ao mercado, pois na época o índice de desemprego era muito alto, e uma solução era esse afastamento do mercado e essas requisições profissionais.
Com isso aumentou-e também o tempo em que os jovens ficariam sob a custodia dos pais, ao mesmo tempo que esse aumento de formação os distanciou dos mesmos, houve então a necessidade de se juntarem como um grupo social, no qual compartilhavam um padrão coletivo de comportamento, surge aí a adolescência.
Essas condições sociais na qual se encontram os jovens os impossibilitam de exercer suas habilidades cognitivas, afetivas e psicológicas, que não se identifica como uma simples fase do desenvolvimento, que até então não existia, e sim um modo que o