Treinamento de executivos: visão panorâmica
Laerte Leite Cordeiro - Assessor da Vice-Presidência de Coordenação da Light - Serviços de Eletricidade S.A., em São Paulo, e ex-professor do Departamento de Administração Geral e Relações Industriais da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.
1. INTRODUÇÃO
Seria muito confortável para as empresas se, à medida que surgisse a necessidade da admissão de executivos - elementos de alta e média gerência - com determinados conhecimentos, habilidades e experiências, para os seus quadros, elas os pudessem encontrar prontos, esperando por serem apanhados, em alguma prateleira próxima, amigável e econômica.
Seria, igualmente, muito confortável para as empresas, se os executivos assim conseguidos fossem suficientemente competentes e pudessem - sem maior esforço delas - manter-se sempre atualizados, buscando, por sua conta e iniciativa, evitar a obsolescência das suas capacidades originais e acompanhar, valorosamente, o ritmo veloz das mudanças de suas empresas e do contexto em que vivem.
Infelizmente, porém, essa não é a realidade que os fatos da vida nos mostram. Ao contrário do desejável, o que se observa é a crescente dificuldade encontrada pelas empresas, nas suas tentativas de achar os executivos de que precisam, em condições de atender plenamente às suas necessidades; o processo é por demais demorado, caro e de resultados apenas satisfatórios, quando de sucesso. Qualquer dirigente de empresa sabe das agruras de um recrutamento de executivos no mercado de trabalho, nos dias atuais; no mais das vezes, a empresa acaba tendo que aceitar parte do que realmente procurava, depois de gastar muitas vezes somas elevadas e despender muito tempo e esforço dos seus dirigentes. As vezes, vêem-se mesmo as empresas na contingência de ter que reformular sua estrutura organizacional, redistribuir o montante de trabalho entre os executivos já existentes ou, em alguns casos, até mesmo deixar de