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Analise do Poema de José Paulo Paes
“Ao Shopping Center”

(Este trabalho foi solicitado pela disciplina
Gramatica para obter a nota do 4º bimestre. Professor Golbery Chagas)

ANDERSON LUIS PEREIRA DO NASCIMENTO

Introdução:
A hipótese que norteia a proposta de trabalho pedagógico e educacional através da literatura e, em especial, através da poesia parte do pressuposto da impossibilidade epistemológica do salto da imagem frásica ao texto sem percorrer o curso das palavras. A língua é som e pensamento. Como afirmava o educador Vigotsky (1925) todo pensamento é de natureza linguística. A poesia potencializa a linguagem corrente como expressão estética, a arte como procedimento. O estranhamento seria a recuperação de uma olhar ingênuo e sentimental, primordial.
No que diz respeito à produção artística no contexto do projeto de modernidade, já no estágio do capitalismo industrial, levando-se em conta as implicações político-ideológicas que esse projeto apresenta – quer pelo processo de imposição da forma mercadoria, quer pelo mascaramento das tensões de classe –, tornou-se inevitável que a poesia chegasse ao ponto em que hoje se encontra: manifestação discursiva do ser individualizado, inserido em um mundo em que os avanços contínuos da ciência e da tecnologia colocam-nos ao alcance das digitais uma realidade virtual plena de simulacros. É esse também o mundo em que, lado a lado com os abismos que separam as classes sociais, consumismo surge quase como uma religião de culto à forma mercadoria, conforme nos sugere a percepção de José Paulo Paes no poema a seguir:
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea
Ao shopping center
Pelos teu círculos
Vagamos sem rumo
Nós almas penadas
Do mundo do consumo

De elevador ao céu
Pela escada ao inferno
Os extremos se tocam
No castigo de inferno

Cada loja é um novo
Prego em nossa cruz.
Por mais que compremos
Estamos sempre nus

Nós que por teus círculos