Transtono bipolar
INTRODUÇÃO
O Transtorno Bipolar (TB) é um importante problema de saúde, que apresenta episódios recorrentes de mania, hipomania e depressão, e prejuízos para a qualidade de vida tanto do paciente quanto de seus familiares (MORENO; DIAS, 2008; KAPCZINSKI et al., 2009; GOODWIN; JAMISON, 2010). Este transtorno do humor acarreta prejuízos laborais e sofrimento psíquico para o portador e para as pessoas próximas dele (GUZE; ROBINS, 1970; ROCCA; LAFER, 2008).
Trata-se de uma patologia psiquiátrica grave, que envolve aspectos neuroquímicos, acompanhamento do portador, a longo prazo, assume um papel fundamental visto que essa é uma doença crônica, associada a altos índices de mortalidade, comorbidades e prejuízos socioeconômicos, muitas vezes, importantes (SUPPES; DENNEHY, 2009). Nesse sentido, faz-se necessário considerar as dificuldades relacionadas ao envolvimento do paciente na manutenção de seu tratamento, mesmo na ausência de sintomas evidentes.
Cabe lembrar que esse transtorno mental apresenta como características principais: as oscilações de humor, a impulsividade, o abuso de substâncias psicoativas, as altas taxas de comorbidade e mortalidade e dificuldade na adesão ao tratamento. Berk (2009) afirma que o TB é a sexta causa mais comum de incapacidade entre adultos, sendo difíceis, tanto seu diagnóstico quanto seu tratamento.
No que se refere aos prejuízos neuropsicológicos, a literatura descreve dificuldades em vários domínios cognitivos em pacientes com TB, sendo estas observadas mesmo nos períodos em que há remissão dos sintomas (GOODWIN, JAMISON, 2010; KAPCIZINSKI et al., 2009; ROCCA; LAFER, 2006). Estudos evidenciam que os processos cognitivos predominantemente abalados no curso da doença são as funções executivas (FRANGOU et al., 2005; KAPCZINSKI et al., 2009; ROBINSON et al., 2006).
As funções executivas são processos que possibilitam ao indivíduo realizar atividades dirigidas a metas, de maneira autônoma (LEZAK, 1995;