Transmissão química e ação das drogas no snc
INTRODUÇÃO
As drogas que afetam o SNC foram algumas das primeiras a serem descobertas, e estão entre as mais utilizadas no mundo. Algumas são vendidas sem prescrição e aceitas socialmente na maior parte do mundo, como a cafeína, nicotina e o álcool, enquanto outras são devidamente controladas por causarem forte dependência.
A princípio, pela complexidade da ação dessas drogas e o pouco conhecimento acerca da patogenia das doenças neurológicas, os mecanismos não eram muito claros. Hoje em dia, com o avanço da ciência e a realização de diversos estudos, compreende-se mais detalhadamente a farmacologia do SNC. Três informações obtidas devem ser destacadas: a maioria das drogas atua sobre receptores específicos que modulam a transmissão sináptica (com algumas exceções discutíveis); o estudo farmacológico é um recurso importante para o estudo da fisiologia do SNC; o esclarecimento dos mecanismos de ação das drogas está fornecendo novos conceitos a respeito da fisiopatologia.
MÉTODOS PARA O ESTUDO DA FARMACOLOGIA
A descrição detalhada da transmissão sináptica foi possibilitada pelo desenvolvimento dos microelétrodos de vidro. A “patch clamp” (registro de corrente através de canais individuais) facilitou os estudos eletrofisiológicos da ação de drogas sobre canais. Métodos histoquímicos, imunológicos e radioisotópicos são utilizados para mapear a distribuição de transmissores específicos, seus sistemas enzimáticos associados e seus receptores. Receptores que, por sua vez, foram melhor estudados com o surgimento da clonagem molecular, que tornou possível determinar com precisão a estrutura molecular dos mesmos, assim como de seus canais associados.
CANAIS IÔNICOS E RECEPTORES DE NEUROTRANSMISSORES
Nas membranas das células nervosas podem ser encontrados dois tipos de canais: regulados por voltagem ou regulados por ligantes. Os regulados por voltagem, responsáveis pelo potencial de ação rápido, concentram-se no