Tradições discursivas e mudança lingüística de Johannes Kabatek
O texto Tradições discursivas e mudança lingüística de Johannes Kabatek trata de forma objetiva algumas questões sobre tradições discursivas que o autor coloca no inicio do texto: “O que é realmente esse paradigma novo que se chama TD? Ele é sinônimo de gênero textual? São formas textuais? Podem ser também variedades de línguas ou estilos?”
O conceito de TD nasce dentro da linguística alemã, especialmente dentro da linguística românica. Fortemente marcados pela tradição do ensino de Eugenio Coseriu, a maioria dos romanistas alemães aceita como fundamental a distinção coseriana entre três níveis do falar, três aspectos da atividade linguística cuja diferenciação é considerada requisito prévio imprescindível para qualquer questão do estudo da linguagem. A a partir concepção do Coseriu o autor descreve o falar em três níveis: o falar em geral, comum as pessoas para comunicação por meio de signos linguísticos que designam o mundo da experiência; o segundo é o histórico, é o falar como construção a a partir dos significados historicamente dados. O terceiro falar corresponde ao primeiro nível a designação como atividade linguística universal, atribuição de signos a um mundo de objetos, realizada desde o segundo nível com signos de uma língua particular que, na realidade, criam uma visão particular desse mundo, a partir de significados de uma língua e concretamente na atualização em atos individuais[...]. A partir desta classificação surgem questões para conceituar a TD na década de 80 com preocupações como a importância da distinção entre linguagem oral e linguagem escrita para a linguística empírica, mas também para a teórica. As contribuições de autores como o já citado coseriu, o Peter Koch (1997), o Oesterreicher (1997) trouxeram uma ampliação do conceito de historicidade, dizendo que as TD compartilham a mesma historicidade do que as línguas.O traço definidor das TD é, então, a relação de um texto em um