trabnovo
514 palavras
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CrozierÀ época de seu lançamento, foi um trabalho chocante, visto que Crozier tentava mostrar coisas que ninguém queria ver: uma sociedade onde as organizações, compostas por pessoas pessimistas e desumanas, impunham uma opressão forte em utilizar os meios para atingir os fins.
O principal elemento motivador na elaboração da obra foi a possibilidade de descrever a burocracia em todas as suas particularidades e vícios, compreendendo seus mecanismos intrínsecos e propondo uma teoria mais ampla. Apesar do respeito às ideias de Weber, Crozier (1963) argumentava que a imposição dos modelos regulamentares e burocráticos, na verdade, reduzia a eficácia das organizações. Mais ainda, Crozier defendia que a organização não poderia em hipótese alguma funcionar como uma máquina. A racionalidade deveria ser utilizada para a coordenação das atividades do conjunto humano que compunha as organizações, conjunto esse responsável pelo rendimento da máquina.
Crozier desmascara o círculo vicioso da burocracia, sua incapacidade estrutural em autocorrigir-se de forma sistêmica, ancorando-se em estratégias conservadoras e formalistas de autoproteção. Primeiramente, as decisões não podem ser adequadas porque as pessoas que têm o poder de decidir estão muito acima das pressões daqueles que são afetados pelas decisões. Em segundo lugar, a rigidez das relações de cada organização com o meio e a rigidez paralela existente nas relações entre diferentes organizações levanta problemas difíceis de coordenação. Por fim, não pode resolver-se satisfatoriamente o problema global e recorrente de ajuste à mudança que é uma chaga nas organizações burocráticas. A mudança nas organizações deve ocorrer como processo de criação de um novo sistema de regras e normas escritas pelos atores sociais Merton
Na mesma perspectiva sobre burocracia outros estruturalistas emergem para auxiliarem, com uma crítica do conceito weberiano, visando cada vez mais à eficiência organizacional. Robert K Merton que