Trabalhos
Multiculturalismo e educação
Maria Aparecida da Silva historiadora
O multiculturalismo está na ordem do dia. Talvez seja uma opção para a famigerada "crise de paradigmas", uma saída, dita nova, para velhos problemas sem solução.
A multiplicidade de culturas e etnias tem caracterizado as sociedades modernas. Portanto, a idéia de multiculturalismo é uma resultante destes processos civilizatórios marcados pela heterogeneidade. São características do multiculturalismo: o reconhecimento da filiação de cada indivíduo a um grupo cultural; o destaque à herança cultural de cada um desses grupos, para que os demais possam apreciá-la e respeitá-la; a afirmação da equivalência dos vários grupos étnicos-culturais de uma dada sociedade; a postulação (por vias legais ou não) do direito dos grupos sociais manterem suas singularidades culturais; o enaltecimento da diversidade como característica positiva das sociedades modernas.
Na sociedade norte-americana, o multiculturalismo tomou vulto nos últimos dez anos, em resposta às atitudes neonativistas e xenófobas dirigidas aos imigrantes latinos pela população branca dos EUA. Estes imigrantes buscavam o "paraíso do Tio Sam" como alternativa às péssimas condições econômicas (desemprego, inflação e baixos salários) dos países de origem.
Nos países da Europa, o problema da diversidade étnico-cultural é mais antigo e complexo. As fortes migrações dos países de África e Ásia ocorridas nas décadas de setenta e oitenta, motivadas por conflitos étnicos, guerras, perseguição política, fenômenos sociais e físicos (fome, seca...), criaram a categoria dos "refugiados". Pessoas que aportam identidades estranhas aos países nos quais se refugiam, expressam necessidades e exigem direitos das democracias européias. Mais recentemente, no processo de rearranjo do mundo socialista, emergiram no leste europeu, exigindo direitos, minorias étnicas, lingüísticas e religiosas, até então sufocadas pelas culturas dominantes.
Tornou-se