Trabalhos
Por que essa é uma boa notícia? Porque não põe em primeiro lugar o nível socioeconômico da família. Isto quer dizer que não importa se os pais são ricos ou não, o que importa é a forma como eles colaboram com o filho. E esse dado é muito importante num país com tantas desigualdades econômicas como o nosso.
As pesquisas mostram que estudantes incentivados e apoiados pelos pais obtêm melhores resultados escolares do que aqueles que não contam com esse suporte. E pais desse tipo são encontrados em todos os níveis sociais. A riqueza econômica de uma família não é garantia de que a criança terá o incentivo dos pais. Aliás, muitas vezes acontece exatamente o contrário: parece que quanto mais ricos os pais, menos tempo eles têm para os filhos. E isso se reflete no desempenho escolar e no modo como a criança encara o estudo.
Outro dado relevante da pesquisa é a constatação de que a influência dos pais não se dá no nível intelectual, isto é, não é porque os pais são estudados e podem ajudar o filho a fazer seus deveres escolares que o desempenho da criança melhora. Nada disso. A ajuda dos pais é decisiva no aspecto emocional. O carinho com que eles cuidam do filho, o interesse sincero que demonstram com seu progresso escolar, o esforço que fazem para garantir boas condições de estudo em casa — tudo isso aumenta a auto-estima da criança e faz com que ela se interesse mais em aprender, em levar a sério a escola.
No fim das contas, estamos vendo que a ciência está demonstrando aquilo que já sabíamos faz tempo: criança amada lida melhor com as dificuldades da vida, na escola ou fora dela. Pois amar o filho é isso: apoiá-lo carinhosamente, não deixá-lo sentir-se abandonado. E isso todos os pais podem fazer, independentemente do nível econômico. Não resolve todos os problemas