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A cenoura não tem vitamina A!
Uma das primeiras consequências de uma dieta deficiente em vitamina A é a cegueira noturna: esta vitamina é muito importante para a saúde dos olhos, sobretudo para a habilidade de se enxergar na penumbra. Assim como as outras vitaminas lipossolúveis, esta vitamina se acumula nas células de gordura, particularmente no fígado. O fígado do urso polar, por exemplo, contém grandes quantidades de vitamina A: menos de 100 g de fígado já contém mais de 200 vezes a dose recomendada diária (RDA) para um adulto! Se consumida em excesso, entretanto, a vitamina A ultrapassa o limite de armazenamento do organismo, e torna-se tóxica: cefaleias, náuseas, dores musculares, visão embaraçada, perda de apetite, entre outros males. A hepatoxidade de vitamina A somente passou a ser um problema a partir da chegada dos suplementos vitamínicos, em cápsulas.
Embora em grande quantidade no fígado de animais, as plantas não contém nenhuma simples molécula, sequer, de vitamina A. Isto parece estranho, pois todos aprendemos, desde criança, que as cenouras são uma ótima fonte desta vitamina. Bem, esta aparente contradição pode ser solucionada se observarmos um pouco da química da vitamina A: enzimas, em nosso organismo, podem facilmente converter várias estruturas químicas semelhantes ao retinol à vitamina ou, ainda, converter a substâncias que são equivalentes ao retinol, como o seu aldeído ou o seu éster. Embora as cenouras, por serem vegetais não possuirem retinol, elas contém uma grande quantidade de beta-caroteno, uma substância bastante colorida, que está presente em frutas amarelas, vermelhas e alaranjadas. O beta-caroteno é a pró-vitamina A. Uma cenoura de tamanho médio contém beta-caroteno equivalente a cerca de 8000 IU de retinol. Como 1 IU de vitamina A equivale a 0,3 micrograma de retinol, isto corresponde a 2,4 mg, cerca de 3 vezes a RDA para um adulto.
Fontes: Fígados e óleo de fígados; cenouras e outros vegetais coloridos.