Trabalhos acadêmicos
O Brasil é o país da diversidade. Em inúmeros aspectos de nosso cotidiano, convivemos com uma complexa heterogeneidade que se desdobra especialmente na diferenciação cultural, notada nas várias regiões que compõem o país. Infelizmente, muitas vezes, a diversidade não é vista com bons olhos pela elite cultural do país, que procura homogeneizar as diferenças em padrões estereotipados, fechando os olhos dos indivíduos para suas realidades. Como resultado disso, tem-se um país que não tem consciência de sua realidade plural e não possui propriedade para reagir com firmeza diante de situações discriminatórias que atentam contra a dignidade de certos grupos sociais.
É fato histórico que o racismo se consolidou de forma velada no imaginário da coletividade brasileira que, sob uma aura de igualdade social que nunca se efetivou, ainda hoje, continua a discriminar pessoas advindas de etnias consideradas inferiores. A escola, como instituição social, também é fortemente marcada pela chamada “mentalidade mítica da democracia racial”, uma espécie de “lugar-comum” onde caem as discussões relativas à discriminação racial, fazendo com que a sociedade acredite que no país o preconceito de cor é inexistente, ou que, embora exista, não interfere de maneira sistemática no cotidiano. Entretanto, mesmo que de maneira involuntária, as questões étnicas não sejam estudadas em sala de aula, é através da educação que se pode conduzir os indivíduos ao reconhecimento e à valorização da diversidade cultural brasileira, pois a escola deve ter por objetivo a construção de valores e do respeito necessários para a efetivação da cidadania plena para todos.
Dentro deste contexto, o estudo de História da África e da Arte Africana podem ser eficientes na desconstrução dos estereótipos que se arraigaram tão fortemente na sociedade brasileira, pois ter uma visão clara do continente africano e de como este faz parte de nossa formação cultural, pode ser uma eficaz maneira de ajudar a