Trabalhos acadêmicos
Começam a chegar os primeiros dos 5 000 coreanos que vão construir uma siderúrgica no Ceará, um dos maiores investimentos do Nordeste
Fonte: Site: WWW.revistaexame.com.br/Desenvolvimento | 26/07/2012 05:55
São Gonçalo do Amarante - O sol está a pino e o termômetro ultrapassa os 30 graus. O imenso descampado na cidade cearense de São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros de Fortaleza, anuncia que uma obra de grandes proporções está prestes a ser erguida ali. Duas centenas de máquinas — entre caminhões, tratores e escavadeiras — estão no local.
À sombra de uma das poucas árvores que sobreviveram à etapa de terraplenagem do canteiro de obras da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o coreano Hong Seok, de 48 anos, refugia-se do calor.
O engenheiro faz parte da primeira leva de uma centena de expatriados coreanos que já chegou aqui para a construção da CSP, investimento da mineradora brasileira Vale e das siderúrgicas Posco e Dongkuk, ambas da Coreia do Sul. Funcionário da Taein, uma das empresas subcontratadas para a construção da CSP, ele e mais seis conterrâneos supervisionam a construção das fundações da siderúrgica.
Não sei falar português e aqui ninguém consegue dizer nada em inglês”, diz Seok, que chegou há um mês ao Ceará e até hoje senta na mesa do restaurante na hora do almoço e espera o garçom escolher o que ele vai comer.
Dificuldades de comunicação à parte, Seok pode se considerar uma pessoa de sorte por já ter vencido a burocracia brasileira e conseguido um visto permanente para trabalhar. Começou a se preparar para vir para o Ceará no ano passado. Enviou todos os documentos exigidos pelo Ministério do Trabalho, esperou quatro meses e, finalmente, em junho, conseguiu começar a trabalhar.
A expectativa é que 5 000 coreanos passem pelo Ceará até 2015, quando a usina deve entrar em operação. Essa legião de trabalhadores asiáticos chega a um Brasil que, visto de fora, é a terra das oportunidades: a sexta