Trabalhohist RiaAm Rica
1658 palavras
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Fabiana FredrigoProfessora Adjunta do Departamento de História da Universidade Federal de Goias.
A organização política e a historiografia.
O século XIX é retratado como o século das independências, do louvor a liberdade e a República como salvação ao domínio da Coroa Espanhola, a luta pela constituição de uma identidade hispano-americana. Mas marcadas por crises, conflitos e inúmeros problemas que terminam com a ideia de uma “América ingovernável” . Esse cenário proposto principalmente pela figura de Simon Bolívar, marcou a historiografia da época. Fabiana Fredrigo, posteriormente passa a expor essa documentação bolivariana de forma crítica e incisiva, avaliando principalmente o contexto da Guerra, os problemas internos entre as oligarquias locais, guerras civis e disputas territoriais.
Essas disputas dificultavam a centralização do poder, que iam desde as elites locais em conflito, como um medo a uma “anarquia” popular, pois o povo era ignorante e precisava de um “guia” rumo à liberdade. É a euforia da manutenção da luta que culmina no descontentamento com seus resultados não imediatos, e demonstra que as próprias figuras que buscavam a independência, se espelham no modelo de “civilização europeia moderna” dentro da América. Bolívar pretende se imortalizar dentro da história, participando ativamente dela não só como um símbolo de luta pela liberdade, ou como um agente importante na Guerra, mas também como símbolo de uma América Civilizada e Próspera, considerando que foi isso que levou a sua frustração final.
A proposta de Fredrigo tem por objetivo uma atualização da visão historiográfica, com base no desenrolar dessas relações sociais da época, e não em se ter como justificativa a centralização do papel historiográfico dele, sem levar em conta as causas sociais presentes, e suas consequências. Crítica o caráter autoafirmativo de Bolívar, o medo de perde suas honrarias, posição, e memória. (Ele era o “homem das dificuldades”, que estava sempre no