trabalho
M. Celeste de Carvalho Serra
Centro de Estudos de Engenharia Química
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
Nos últimos anos tem-se assistido a uma intensa pesquisa sobre as propriedades antioxidantes de produtos naturais.
O conhecimento das importantes funções que os antioxidantes desempenham na inibição dos radicais livres resultantes do metabolismo celular, tem motivado o interesse pela análise destes compostos em diversos produtos alimentares. Os estudos realizados têm mostrado que os antioxidantes contribuem para a prevenção de doenças associadas ao envelhecimento, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e o aparecimento de cancro1,2. Os antioxidantes actuam, também, como conservantes alimentares inibindo reacções de oxidação responsáveis pela degradação dos alimentos1.
Embora se caracterize por ser uma mistura com uma elevada concentração em açúcares, o mel apresenta uma composição complexa da qual fazem parte cerca de 180 componentes diferentes. É principalmente constituído por frutose e glucose, mas apresenta, também, outros carbohidratos, água e diversos constituintes nos quais se incluem compostos fenólicos e flavonóides, minerais, enzimas, aminoácidos e vitaminas2 (Figura 1).
13% Outros carbohidratos 1% Outros componentes 38% Frutose
17% Água
31% Glucose
Figura 1: Composição do mel
A composição do mel é, contudo, muito variável uma vez que depende não só da sua origem floral e da espécie de abelhas que o fabricam como também das condições ambientais da zona onde é produzido (tipo de solo e clima) e do modo como é recolhido e posteriormente processado.
Diversos estudos têm comprovado a acção terapêutica do mel, existindo actualmente interesse em avaliar a sua capacidade antioxidante. O mel apresenta na sua constituição compostos que lhe podem conferir propriedades antioxidantes tais como os polifenóis e os flavonóides. Alguns destes compostos já foram identificados no mel