trabalho

No processo de sua constituição cultural, deve-se levar em consideração, para a análise do papel do negro na sociedade brasileira, o estado cativo ao qual foi submetido, com toda a carga de violência decorrente do sistema colonial escravista e da igualmente violenta discriminação social posterior e ainda vigente, o que impedia que aquela cultura oriunda da África fosse posta como dominante numa sociedade onde o racismo era política de Estado. Contudo, constituiu-se em tão forte elemento cultural que pôde difundir-se largamente até mesmo na sociedade colonial, havendo permanências igualmente fortes desses traços presentes na atual sociedade brasileira.” (ZAGNI, Rodrigo Medina; “A contribuição do afro-descendente para a constituição cultural brasileira”; O Correio, Nov. 2002).
Ao ler o texto acima, que trata da contribuição dos afro-descendentes à constituição cultural brasileira, pode-se concluir que: a.
A condição de cativo do africano transportado para a sociedade colonial brasileira não interfere nas relações culturais que se verificam com a cultura colonial européia. b.
No período colonial, a cultura européia era entendida como superior em relação à cultura oriunda da África; contudo, apesar da relação de dominação que a cultura européia exerceu sobre a cultura africana durante o passado colonial brasileiro, sabe-se por meio da Antropologia Cultural que não existem sistemas culturais superiores e inferiores, senão diversos uns dos outros. c.
As contribuições que deu a cultura africana para a constituição da cultura brasileira não se referem ao passado colonial, no qual a cultura européia do colonizador era dominante; mas se refere exclusivamente ao período posterior à libertação dos escravos em 1888. d. a carga de violência decorrente do sistema colonial escravista e da igualmente violenta descriminação social posterior e ainda vigente, não são critérios que determinem a condição de dominação exercida pela cultura européia no Brasil colonial.