trabalho
Pão é amor entre estranhos.
A Repartição dos Pães, Clarice LispectorNesta véspera de eleição, coloco diante de mim meus motivos políticos.
Conheço os índices, estudei os programas, ouvi os discursos... mas, prometi pra mim mesma e para a companheirada com quem eu aprendo a luta que não vou me deixar levar pelo voto útil.
Os motivos nossos não se concretizam na limitação do voto e na fé na representação política liberal.
Sempre dissemos - mesmo quando deixamos de ouvir a história! - que a organização popular é começo, meio e fim de um novo começo, que a revolução é permanente, que a luta de classes é feia porque é luta e bela porque inevitável, que @s trabalhador@s são mais que o partido. Qualquer.
Meu motivo político é fome zero não como ternura ou paixão piedosa de um programa compensatório. Pra mim o Pão é amor entre estranhos (desculpa, Clarice...). Temos de dar conta de uma organização social que garanta o pão como chão onde nós todos avançamos..., mesmo entre estranhos, mas não desiguais! Pão feito fruto da terra coberta de seres vivos e sua existência: