Trabalho
O filme tem como cenário principal uma fábrica que utiliza o sistema de metas de produção, sendo que o desenvolvimento tecnológico que leva ao aumento da produtividade do trabalho não tem sido acompanhado do acréscimo salarial. Os operários devem manter no trabalho sempre em pé, nunca sentado, causando danos de saúde a alguns operários.
Os operários começam o dia de trabalho ao som de um alto-falante que busca incentivá-los a um trabalho produtivo, alertando para que cuidem da manutenção da máquina, pedem aos trabalhadores que tratem-na com amor o que não é seguido ao menos por muitos.
Lulu Massa, personagem de Gian Maria Volonté, não tem essa atitude de revolta e é um “operário-padrão”, um operário braçal que devido a sua alta produtividade passa a ser um exemplo para todos os demais trabalhadores da fábrica. É Lulu que com seu grande poder de concentração que dita o ritmo de trabalho para os demais operários, estabelecendo as metas a serem atingidas pelos colegas.
Lulu acredita que a postura dos demais operários é de desprezo, considera-os uns preguiçosos por não serem iguais a ele. Evita conversar quando trabalha, acha que conversar conduz à distração e o faz perder dinheiro.
CONSUMISMO
O consumismo é outro aspecto importante do filme. Lulu gasta o dinheiro que ganha na fábrica em supérfluos, na verdade, trabalha demais, e o resultado de seu trabalho é utilizado para satisfazer os desejos consumistas de sua mulher, e com presentes para seu enteado.
O que chama a atenção no comportamento de Lulu é sua obsessão com a ordem das coisas. Ele insiste, por exemplo, em alinhar perfeitamente os talheres em cima da mesa, o vidro de pimenta tem estar sempre de pé, etc. Quando Lulu visita Militina, um ex-operário que acabou ficando louco, no hospício, pergunta a ele como foi que ele percebeu que estava ficando louco, para desespero de Lulu, os primeiros sintomas de loucura de Militina eram iguais aos seus, talheres alinhados “como soldados”. Quando Militina