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MARACATU EM PANGEIA
Quem segura o porta-estandarte tem arte, tem arte e aqui passa com raça eletrônica o maracatu atômico.
Jorge Mautner / Nelson Jacobina
O maracatu é uma manifestação da cultura afro-brasileira que surgiu em meados do século XVIII, no Brasil, com raízes na festa de coroação dos reis do Congo. As nações, como são chamados os grupos de maracatu, desfilam no carnaval pernambucano, contagiando o público com seu ritmo forte e seus mistérios. O maracatu é um rico exemplo de como a cultura da Mãe África, mesmo tão distante, influenciou a formação de nossa música, nossa dança e nosso carnaval.
Você sabia que o continente africano e o americano, hoje distantes geograficamente, um dia foram tão próximos que formavam um bloco só? Essa descoberta foi feita pelo cientista alemão Alfred Wegener que, em 1915, surpreendeu a sociedade e os pesquisadores com a seguinte hipótese: há 200 milhões de anos teria existido um imenso oceano que envolvia um supercontinente, chamado por ele de “Pangeia”.
Wegener notou que as margens dos continentes se encaixam como um grande quebra-cabeça e buscou provas geológicas, paleontológicas e climáticas para comprovar sua hipótese. Ele acreditava que os continentes haviam sido originados pela divisão da Pangeia em partes menores, que se dispersaram lentamente, durante milhões de anos, formando os oceanos e continentes como agora os conhecemos.
Hoje, a América do Sul está separada do continente africano pelo vasto Oceano Atlântico, mas a separação é só geográfica porque, culturalmente, ainda estamos entrelaçados. O maracatu está aí para mostrar que o Brasil é tão recheado de cultura africana que, às vezes, até parecemos integrar uma mesma cultura. Uma Pangeia cultural!
Texto originalmente escrito por Luara Augusta para o programa