Abordagem Critico-Emancipatória A abordagem crítico-emancipatória tem como o seu defensor o professor Elenor Kunz que publicou os livros: Educação Física: Ensino & mudanças (1991), Transformação Didático-pedagógica do Esporte(1994). Essa abordagem considera a Educação Física como parte de um sistema maior, sócio-educacional e sócio-político-econômico. Para o autor, o ensino na concepção crítico-emancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões, de falsos interesses e desejos, criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir do conhecimento. O ensino escolar necessita, desta forma, basear-se numa concepção crítica, pois é pelo questionamento crítico que chega a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade que formam as convicções, interesses e desejos (DARIDO, op cit). De acordo com Daolio (2002), o autor aprofunda discussões sobre o movimento humano, criticando a visão que o considera apenas como fenômeno físico que pode ser reconhecido e esclarecido de forma muito simples e objetiva, independente do próprio ser humano que o realiza. Segundo ele, essas análises que tratam o movimento como acontecimento espaço-temporal não dão conta da complexidade que envolve o ser humano em movimento, sendo necessária uma análise integral. Segundo Darido (2003), do ponto de vista das orientações didáticas, o papel do professor na concepção crítico-emancipatória confronta, num primeiro momento, o aluno com a realidade do ensino, o que o autor denominou de transcendência de limites. Concretamente a forma de ensinar pela transparência de limites pressupõe três fases. Na primeira os alunos descobrem, pela própria experiência manipulativa, as formas e meios para uma participação bem-sucedida em atividades de movimentos e jogos. Devem também manifestar, pela linguagem ou representação cênica, o que experimentaram e o que aprenderam numa forma de exposição, e por último, os alunos devem