Trabalho MOISES
Antônio César Frasseto 1
Filipe Talon Mendes2 Priscila Bonfochi de Almeida3
Conclusão
Entendemos que a institucionalização da diferença entre normal e especial, desencoraja, por trabalhar em termos exclusivos de capacidade e não-capacidade, os protagonistas da inclusão escolar de se socializarem, portanto, de poderem atuar (ter voz) no mundo em que vivem, em proveito de uma compreensão de sujeito fundamentalmente ligada a questões morais religiosas: pode-se compreender isso do mundo, pode-se atuar nesse mundo até aqui, pode-se dizer isso.
Contestando uma concepção pedagógica utilitarista e meritória, Chartier (1996) defende que a aprendizagem da leitura apóia-se mais sobre questionamentos pré ou extra-escolares, ligados à descoberta de problemas relacionados à compreensão de mundo, ou da ordem dos objetos do mundo, referindo-se, portanto, à leitura de mundo, do que sobre uma aprendizagem institucional, tal como se apresenta o processo de escolarização pelo que passa o indivíduo.
Esse é o ponto nevrálgico: leitura de mundo. Se entendermos o conceito de inclusão, distinto do saber mover-se em um mundo de especificações, ou do saber portar-se nesse mundo, para uma concepção mais ampla, em que o aluno com necessidades educativas especiais é aquele que também capta os indícios, emblemas, e sinais do mundo em que vive, interpreta-os segundo sua singularidade de compreensão, baseados no seu dizer, então, percebermo-lo como aquele que fala, inclusive na voz do silêncio de que nos diz Merleau-Ponty, e diz o que lê, independente de não aceitarem a sua voz nas relações de poder dessa sociedade em que vivemos.
E esse é o aluno que tradicionalmente identificamos com necessidades educativas especiais, sem sabermos, de fato, ouvir a sua voz.
Referências bibliográficas
ABBAGNANO, N. (1982). Dicionário de Filosofia. In: Ensinar: o desafio de suportar
ALMEIDA, M.