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CONCEPÇÕES SOBRE O ORAL E SEU ENSINO JUNTO A PROFESSORESEM FORMAÇÃO1
Denise Telles Leme Palmiere (Universidade São Francisco)
Introdução
É inegável a existência de avanços concretos no tratamento do ensino da língua oral, seja nos estudos empreendidos por diferentes pequisadores
(Milanez, 1993; Geraldi, 1996; Castilho, 1998; Fávero, 1999; Marcuschi, 1998,
2002 e 2004; Ramos, 1997; Schneuwly, 2004; Dolz e Schneuwly, 2004; dentre outros), seja nas propostas curriculares oficiais. Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (Brasil, 1998), “(...) cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral”2. Os PCN não apenas recomendam o ensino da língua oral, como também propõem - a partir do conceito bakhtiniano de gêneros do discurso - uma prática pedagógica de formalização de usos planejados da fala. Objetivos, estratégias e sugestões de abordagem são propostos pelos PCN, embasados na diversidade de gêneros do oral e das situações de uso público da fala.
Tais avanços, no entanto, parecem ainda não ter chegado à sala de aula, apesar da linguagem oral estar bastante presente nas rotinas cotidianas do contexto escolar. Como apontam Dolz e Schneuwly (2004), a linguagem oral
“(...) não é ensinada, a não ser incidentalmente, durante atividades diversas e pouco controladas. Assim, como denunciam didatas, sociólogos, lingüistas e formadores de professores (...), o ensino escolar da língua oral e de seu uso ocupa atualmente um lugar limitado. Os meios didáticos e as indicações metodológicas são relativamente raros; a formação dos professores apresenta importantes lacunas.” (DOLZ E SCHNEUWLY, 2004:149-150)
Marcuschi (2002), analisando o tratamento dado ao oral pelos livros didáticos de língua portuguesa, conclui que
“Claudicam a teoria, a terminologia e as observações empíricas. Os autores dos manuais didáticos, em sua maioria, não sabem onde e como situar o estudo da fala. A visão monolítica da língua leva a
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