trabalho final de antropologia raça
Disciplina: Antropologia Cultural
Professora: Ruth Helena Britto
Alunos: Gabriela Rodrigues, Rodrigo Linhares, Vera Oliveira e Victor Machado
Relações étnico-raciais
Rio de Janeiro
01 de junho de 2015
Os objetivos principais do presente trabalho são realizar uma breve análise sobre a implantação do sistema de cotas nas universidades públicas brasileiras e responder às seguintes questões: 1) as vagas reservadas para estudantes negros reforçam ou não o racismo? 2) as cotas por critérios raciais são capazes de corrigir as desigualdades históricas? 3) as reservas para candidatos negros em concursos públicos possibilitam o acesso ao ensino superior nas universidades públicas e o ingresso nos cargos públicos?
A justificativa inicial para a adoção das cotas nas universidades públicas do estado do RJ defendia a ideia de promoção da justiça social e “resgate histórico do povo negro e pobre”, sendo que um dos objetivos principais era minimizar o quadro de extrema desigualdade existente no acesso ao ensino superior. No entanto, muitos criticaram as leis sancionadas invocando a questão da meritocracia, sendo a questão do “racismo às avessas” um dos argumentos utilizados pelos questionadores.
Muitas perguntas foram feitas à época: os negros precisam de cota para ingressar na universidade pública porque são inferiores? Os cotistas irão sofrer discriminação racial na faculdade? A qualidade do ensino vai diminuir com a entrada desses alunos em função da deficiência no ensino (no caso dos negros oriundos das escolas da rede pública)? Os cotistas vão ser capazes de acompanhar o ritmo das aulas na graduação ou vão “atrapalhar” os demais alunos?
Uma resposta é relativamente fácil de ser respondida por meio dos relatórios de matrícula e trancamento obtidos nas secretarias dos cursos das universidades. Verificou-se que os alunos ingressantes via sistema de cotas apresentaram ao longo dos anos um índice de evasão