Trabalho Do Paradid Tico A Morte Tem 7 Herdeiros

A história é um thriller de suspense caipira.
O enredo: Rogério Matta Leitão morre. Ele é um rico membro da elite da cidade de Jacuruçunga, um cafundó interiorano imaginado pelos autores. Como de praxe, após a morte, os sobrinhos herdeiros da família retornam a cidade para o enterro e, claro, para a leitura do testamento (que somente será feita no dia seguinte a devida acomodação do féretro).
A partir daí toda história se desenrola. Mistério. Suspense. Crimes e muito, muuuuuuito humor negro e sarcasmo.

A descrição dos personagens é hilária. Os autores acertam em cheio no cinismo e sarcasmo.
O texto é simples e efetivo. Lembra roteiro de TV. Por falar nisso, é vergonhoso que NENHUMA emissora tenha se interessado em adaptar esta obra pra telinha. Isso aqui seria algo como se A Grande Família fosse dirigida por Alfred Hitchcok. Em mãos hábeis renderia um ótimo filme também.

Os acontecimentos misteriosos no casarão dos Matta Leitão se sucedem rapidamente. O mistério prende fácil a atenção do leitor. Para aumentar as suspeitas deste verdadeiro thriller, histórias dos "podres" de cada personagens são narradas. Uma mais impagável que a outra.

A primeira vez que li este livro foi em 84/85. A última foi na semana passada. Minha satisfação é a mesma. O sorriso no canto da boca por algo tão bacana continua. Impressionante. O livro é atual. Continua engraçado e se sustenta firmemente mesmo que 25 anos tenham se passado.
O segredo é o seguinte: literatura boa não tem mistério.

Imagine um livro em que só pelo título já o idealizamos recheado de mistérios, mortes terríveis e situações de suspense que beiram a angústia. E logo depois que o lemos, acabamos descobrindo que o mesmo não era nada daquilo que aparentava ser antes e que, involuntariamente, acabamos mesmo foi rindo de sua trama, do início ao fim e até não poder mais.

Este é o caso de “A morte possui sete herdeiros” (ou A noite em que Agatha Christie visitou Jacuruçunga), de Stella Carr e Ganymedes José. O mesmo é