TRABALHO DISF SEXUAIS
O ser humano é um ser biopsicossocial, ou seja, está inserido em um meio social em que o biológico interfere diretamente sobre ele, bem como seu emocional é alterado em reação à qualquer mudança. Para tanto, sabe-se que a sexualidade do ser humano é algo intrínseco à ele e que não envolve somente o enfoque reprodutivo – uma relação sexual envolve sim fatores biológicos, mas envolve também, e de uma forma bem específica para cada um, toda a corporalidade, um vínculo emocional, uma infinidade de sentimentos, além de muitos valores sociais e culturais (auto-regras) dos indivíduos. Os sistemas biológico, psicológico e social interagem entre si, portanto, qualquer alteração em algum deles faz com que o sistema todo (a pessoa) fique em desequilíbrio. De acordo com Carey (2005), os diferentes fatores biopsicossociais é que podem provocar as disfunções sexuais. Embora a origem venha a ser biológica, ou mesmo psicológica, o profissional que lidar com disfunções sexuais precisa olhar para o indivíduo como um todo, pois dessa forma, o ser humano não será reduzido somente ao psicológico ou biológico, permitindo um tratamento mais eficaz (KREUTZ & MULLER, 1999).
No Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV-TR; APA, 1994, apud CAREY, 2005), a disfunção sexual é caracterizada por uma perturbação nos processos do ciclo da resposta sexual ou por dor associada com a relação sexual. O ciclo da resposta sexual é baseado no modelo convencional desenvolvido por Masters e Johnson (1966, apud CAREY, 2005) e posteriormente elaborado por Kaplan (1974 apud CAREY, 2005). Este pode ser dividido em 4 fases: o desejo, que consiste ao interesse e disponibilidade cognitiva e afetiva da pessoa acerca da atividade sexual e no desejo das mesmas; a excitação, que consiste numa sensação subjetiva de prazer sexual acompanhada por modificações fisiológicas correspondentes; o orgasmo, que corresponde a um pico de prazer sexual, acompanhado da libertação de tensão