Trabalho de Português
Tenta esquecer-me… Ser lembrado é como evocar
Um fantasma… Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui um rio que vai fluindo…
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Recamarei-me de estrelas como um manto real,
Bordarei-me de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se…
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir… é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho…
Deixa-me fluir, passar, cantar…
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!
“Canção Para Uma Valsa Lenta”
Minha vida não foi um romance…
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amar, não digas, que morro
De surpresa… de encanto… de medo…
Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance…
Pobre vida… passou sem enredo…
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance… Ai de mim… Já se ia acabar!
“Os Parceiros”
Sonhar é acordar-se para dentro: de súbito me vejo em pleno sonho e no jogo em que todo me concentro mais uma carta sobre a mesa ponho. Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada! E quase que escurece a chama triste... E, a cada parada uma pancada, o coração, exausto, ainda insiste. Insiste em quê?Ganhar o quê? De quem? O meu parceiro... Eu vejo que ele tem um riso silencioso a desenhar-se numa velha caveira carcomida. Mas eu bem sei que a morte é seu disfarce... Como também disfarce é a minha vida!