Trabalho De Patrim Nio Escolar
O autor pesquisou em 1990, a pedido da Organização Internacional do Trabalho, uma interessante experiência de financiamento da educação profissional por empresas, quando falharam os processos formativos usuais (GOMES, 1991a, 1991b). Implantado um parque industrial em Montes Claros, Minas Gerais, nos anos 70, com os incentivos da Superintedência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), foi preciso importar pessoal qualificado do Brasil e do exterior para operar as novas atividades econômicas, numa área localizada entre os rios São Francisco e Jequitinhonha.
Quinze anos depois, o Centro Internacional para Educação e Treinamento Técnico e Vocacional - UNEVOC - da UNESCO solicitou ao autor que revisitasse a experiência e verificasse se e como a instituição enfrentava os seus dilemas.
Os começos
A interiorização da indústria, por meio dos incentivos fiscais, foi bem sucedida pelo menos em Montes Claros, mas as empresas viram-se obrigadas por muitos fatores a usar tecnologias então de capital intensivo, numa região com abundante pessoal, porém de baixa produtividade. Esses trabalhadores muitas vezes necessitavam passar por uma espécie de ressocialização. Um exemplo foi o dos ex-vaqueiros que, não se adaptando às botas de proteção, cortavam partes delas para acomodar os calos.
Os governos Estadual e Municipal também não tinham condições para atender às necessidades. Com as alternativas convencionais esgotadas, um grupo de 15 empresários se juntaram, para criar a FEMEC.
A expansão
No fim de 1989, os estudantes da FEMC eram majoritariamente de baixo status socioeconômico, cuja renda média não superava um salário-mínimo per capita. 80% do corpo discente tinha status socioeconômico baixo, haviam cursado escolas públicas e estavam interessados muito mais na preparação para o trabalho do que na continuidade imediata de estudos acadêmicos em nível superior passaram a exigir tecnologias mais refinadas e a depender da informática, de modo que o