Trabalho De Historia
TURMA: 1° ano Produção de Moda
ALUNOS: Alice Maria Saraiva Werkema
Ana Carolina Marques
Camila Rodrigues de Almeida França
Kamila Alves Faria
Leticia Henriques Alves
Patricia Soares Mesquita
Theodolindo Zeferino de Castro Neto
Texto retirado da Revista de Historia da Biblioteca Nacional edição n° 1 Julho de 2005:
A Terceira Morte do Judeu
Nos 300 anos de nascimento de Antônio José da Silva, escritor morto pela Inquisição, Alberto Dines lamenta o desinteresse por sua obra.
Alberto Dines
Antônio José da Silva, o Judeu, foi morto três vezes. Foi executado pelo garrote, depois queimado e, a seguir, condenado ao esquecimento. Só que essa terceira morte ainda pode ser evitada, nos 300 anos de seu nascimento. O esquecimento seria extremamente trágico para um comediógrafo ao qual tudo foi negado, a começar pela identidade.” A declaração é do jornalista e escritor Alberto Dines, autor de uma ambiciosa biografia do Judeu, Vínculos do Fogo, fruto de sete anos de pesquisas em arquivos e bibliotecas, no Brasil e em Portugal.
Nascido no Rio de Janeiro em 1705, Antônio José da Silva era descendente de judeus que desembarcaram no Brasil no início do século XVII, após serem expulsos da Península Ibérica. Tudo o que ele escreveu foi publicado anonimamente, com exceção de um poema – uma glosa dedicada a Camões – que a Biblioteca Nacional irá reeditar, a partir de um exemplar da edição original, doado por Dines. O poema apareceu com a autoria de “dr. Antônio José da Silva”, embora, na verdade, ele não fosse doutor. Quando o Judeu foi preso pela segunda vez, aparece na lista do auto-de-fé como advogado, mas não chegou a terminar o curso.
– O ramo paterno de sua família não era tão judaizante – diz Dines. – Os tios do pai dele, portanto tios-avós do Antônio José, eram altas figuras do clero, beneditinos. Pertenciam à elite, mas todo mundo sabia que tinham ancestrais