trabalho de geografia
Especialistas avaliam as possíveis maneiras para sair da crise e evitar que ela se repita no futuro
Juliana Santos e Rita Loiola
Represa Jaguari, em Bragança Paulista, que faz parte do Sistema Cantareira. O nível de água do reservatório chegou a 9% da última semana
Represa Jaguari, em Bragança Paulista, que faz parte do Sistema Cantareira. O nível de água do reservatório chegou a 9% da última semana (Mariana Pekin/VEJA)
A capacidade do Sistema Cantareira, reservatório que atende 9,8 milhões de paulistas 8,4 milhões só na capital, chegou a apenas um dígito pela primeira vez na história na última sexta-feira: 9,2%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Um ano atrás, na mesma data, cerca de 60% do volume do sistema estava disponível. Para evitar a falta de água, a Sabesp iniciou, em março, obras que permitem a captação do chamado volume morto, porção de água que fica no fundo do reservatório, abaixo dos tubos que tiram a água e enviam para as estações de tratamento. Dezessete bombas de captação foram instaladas em março, a um custo de 80 milhões de reais, e, a partir de 15 de maio segundo a Sabesp, 200 dos 400 bilhões de litros que compõem o volume morto estarão disponíveis para uso.
A expectativa é que a água do volume morto garanta o abastecimento das regiões de São Paulo que dependem do CRodízio de água, a possibilidade de um rodízio do abastecimento de água tem sido descartada pelas autoridades. Na visão dos especialistas, porém, caso a torneira seque antes que a água do volume morto entre no cano ou a água extraída dele não seja suficiente para abastecer a região até que as chuvas encham o reservatório novamente, a medida pode ser inevitável. Para Ivanildo Hespanhol, o rodízio deve ser realmente a última alternativa, porque prejudica a qualidade da água. Quando o abastecimento de uma tubulação é interrompido, a água continua sendo utilizada pela população até que o tubo se esvazie completamente.