trabalho de economia
Nossos vínculos com a China intensificaram-se muito nos últimos anos. E, como outros países, passamos a ter um relacionamento bilateral com desequilíbrios.
Aqui vão alguns exemplos:
1. Nossas exportações de commodities são essenciais para a saúde das contas externas. Não podemos deslocá-las. Nenhum outro país as absorveria no mesmo volume.
Mas os chineses, nos itens que buscam em nosso mercado, estão diversificando supridores.
Um exemplo está no petróleo: na semana passada, celebramos a participação chinesa em 20% do consórcio para a exploração do campo de Libra. Dias antes do leilão, os chineses anunciaram o fim da construção de um gasoduto para lhes garantir o suprimento de óleo de Mianmar. Dois dias depois, assinaram um acordo com a Rússia no valor de US$ 85 bilhões para a compra de 200 mil barris em dez anos.
2. Os acordos de livre-comércio que os chineses estão negociando, assim como certos investimentos de suas empresas no exterior, podem afetar o potencial de nossas vendas para a China. A recíproca não é verdadeira.
3. A maioria das empresas brasileiras instaladas na China está lá para comprar. Os chineses estão aqui para vender. Nada há de errado em importar produtos. Mas é preocupante termos reduzidos apetite e condições para penetrar no mercado chinês com itens de maior valor agregado. E é algo frustrante que nossas exportações agrícolas deem-se com baixa interferência nossa ou dos chineses na intermediação e na logística.
4. Os chineses se tornaram grandes investidores externos. Mas seu apetite por investimentos no Brasil é moderado. Os investimentos chineses dirigem-se primordialmente à Europa (Reino Unido e Alemanha, em particular) e aos EUA.
5. A China, como o Brasil, é um líder regional. Mas há diferenças marcantes no perfil dos vizinhos. Enquanto a China tem um entorno de países dinâmicos e bem conectados à economia