Trabalho de Criminologia-O papel da famílila na vida do reeducando

As determinações históricas que tornaram a família objeto de intervenção se deram no início dos tempos modernos, nos séculos XVI e XVII, quando os moralistas passaram a preocupar-se com a formação reservada das crianças. Até por volta do século XII a família era uma realidade moral e social, não correspondia a nada além da instalação material do casal na aldeia, fazenda ou casa dos amos e senhores. (Ariés, 1981). Porém esses reformadores, esses moralistas lutavam contra o que eles consideravam “anarquia” da sociedade e ensinaram aos pais que eles eram responsáveis pela alma e pelo corpo de seus filhos. A família deixou de ser apenas uma instituição do direito privado para a transmissão dos bens e do nome, assumiu um função moral e espiritual, passando a formar os corpos e as almas. O cuidado dispensado às crianças passou a inspirar sentimentos novos, exprimindo o sentimento moderno de família.

Com a família burguesa nascida me meados do século XVIII criaram-se novos padrões de relações, caracterizando-se pelo isolamento, privilegiando a privacidade a domesticidade e supervalorizando suas relações emocionais internas, formando indivíduos obedientes e autodisciplinados, tornando-se um agente de reprodução da ordem. Foulcalt relata como se dá esta nova gestão da família:
“Em outras palavras, até o advento da problemática da população a arte de governar só podia ser pensada, a partir do modelo da família, a partir da economia entendida como gestão da família. A partir do momento em que, ao contrário, a população aparece como absolutamente irredutível à família, esta passa para um plano secundário em relação à população, aparece como elemento interno à população, e, portanto não mais como modelo, mas como segmento.”(Foucault, 1979).
Esta arte de governar pensada a partir da família fez com que ela ganhasse lugar de destaque na política social pois ela é, ao mesmo tempo, beneficiária e parceira. Beneficiária quando depende do Estado para