TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Foi quando o Armandinho marcou uma falta do Edil. Eu nem sei contar direito como foi, só sei que saiu uma briga daquelas! A torcida entrou na briga e todo mundo apanhou. Mas quem mais apanhou foi o Armandinho, que saiu todo machucado. Precisou passar iodo e botar esparadrapo. Aí o Armandinho enfezou:
- Sabe do que mais? Não quero mais ser juiz. Agora eu quero é jogar, me divirto muito mais e ninguém me chama de ladrão. Pra falar a verdade, a turma já estava meio enjoada daquele negócio de juiz, apitando toda hora, interrompendo o jogo. O segundo tempo já começou sem juiz. Logo de saída já houve uma dificuldade. Olha só! Duas bolas em campo. Enquanto o nosso time, o Estrela-d’Alva, atacava pra um lado, o Passa-por-Cima atacava pro outro, com outra bola. Foram dois gols de uma vez. E pra resolver qual das duas bolas é que valia? Mais de meia hora de discussão! Depois de jogar um tempinho, nós começamos a achar que tinha muito jogador em campo. Parou o jogo pra contar. Nós estávamos jogando com sete e o Passa-por-Cima com nove. Essa não! Pra encurtar a história, sabe quantas vezes nós paramos o jogo? Oito vezes! Uma vez porque tinha duas bolas. Uma vez porque tinha gente demais. Uma vez porque o Caloca pegou a bola com a mão e disse que não tinha pegado. Uma vez porque o Edil e o Barriga esqueceram que eram do mesmo time e resolveram brigar no meio do campo. E cada vez que o jogo parava levava um tempão para resolver o caso. Cada um achava que tinha razão, não queria saber de nada: - Não fui eu, foi o Barriga! - Ninguém viu, é mentira dele! - Foi ele que começou! E o jogo não ia, nem pra frente, nem pra trás. Foi aí que o Beto gritou: Também, essa droga de jogo nem tem juiz.... Todo mundo olhou pro Armandinho. Armandinho