Trabalho De Antropologia III
Tudo nesse mito, ao olhar distanciado de um ocidental, é estranho e ambíguo.
● Um “herói”violador e incestuoso, cuja ação tem o auxílio desinteressado da avó e a cumplicidade do irmão
● Uma mãe que mantém em silêncio a violação perpetrada pelo filho;
● A forma disfarçada como o pai procura satisfazer o seu desejo de vingança
O fato de ser este o punido e não aquele que transgrediu o interdito que parece o mais importante pilar da vida social – tudo parece ir contra toda uma série de expectativas que o observador antropológico possa ter em relação ao que deveria encontrar na mitologia.
Quando procuramos compreender a moral desse mito, ou o que nos parece ser a sua moral, temos forçosamente de nos socorrer das nossas categorias éticas – culpa, punição, compensação, responsabilidade... , mas essas categorias e o universo de concepções de que elas fazem parte revelamse inadequadas à sua compreensão.
Em termos sociológicos, ocorre um incesto entre mãe e filho, a sexualidade entre consanguíneos em graus de proximidade muito elevados, no entanto, no plano do mito ele é concebível, passível de ser imaginado, e imaginado em termos pormenorizados, no quadro de uma dramatização que associa o ato a uma sequência de episódios que o transcendem, que lhe mostram as consequências que, em suma, lhe dão um contexto e o tornam apto a servir de princípio de reflexão.
Talvez que a