Trabalho câncer de penis
Os dados da incidência do câncer de pênis no Brasil deveriam envergonhar as autoridades responsáveis pela saúde pública. O tumor de pênis representa 2% de todos os casos de câncer masculinos, superando as ocorrências de câncer de próstata e de bexiga nas regiões Norte e Nordeste, onde a incidência é maior. Segundo estimativas, a doença nessas áreas do País está associada a 16% dos casos de tumores malignos diagnosticados na população masculina. Enquanto na Europa e na América do Norte o registro é de um caso para cada 100 mil homens adultos, no Maranhão, Estado campeão de ocorrência dessa patologia, é registrado um caso novo a cada duas semanas, ou dois casos novos por mês (confira o quadro ao lado).
O câncer de pênis é uma moléstia altamente agressiva e atinge basicamente homens com mais de 50 anos de idade, embora suas causas possam ter origem na infância do indivíduo. A falta de higienização é um dos fatores principais de predisposição à doença. O tempo que os homens afetados pelo câncer demoram para procurar assistência médica, depois de constatar as primeiras lesões, explica o desenvolvimento da doença nos seus estádios atuais.
O diagnóstico tardio contribui para o desenvolvimento irreversível do câncer e a amputação do membro, o que produz conseqüências físicas, sexuais e psicológicas desastrosas para o homem. No ano passado, foram realizadas 908 amputações de pênis no Brasil causadas pelo tumor. "É um número elevadíssimo e que deve estar subestimado, pois não inclui cirurgias ambulatoriais", afirma o urologista Aguinaldo Nardi, da seccional paulista da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Interessada em acabar com essa fatalidade e contribuir para erradicar tal doença no País, a SBU começou, em 2006, o I Estudo