TRABALHO CACAU
Origem:
Os primeiros pés de cacau surgiu a milhões de anos na floresta amazônica, entre dois grandes rios situados ao norte da América do Sul: o Orenoco –que nasce nas Guianas e se estende por boa parte do território Venezuelano – e o gigantesco Amazonas , cuja bacia abrange vários países além do Brasil: Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela. Depois correntes migratórias nativas levaram a planta para a América Central, onde se desenvolveu a civilização maia, e mais adiante, até o México, onde habitaram os astecas.
CACAU: ELE SELAVA CASAMENTOS, BATIZAVA CRIANÇAS E ERA CULTUADO COMO DÁDIVA CELESTE
No altar sagrado de pedra, o jovem noivo estendia a mão e oferecia à noiva cinco pequenas sementes de cacau. A mulher as recebia com reverência e, em troca, presenteava o eleito com outros cinco grãos idênticos. Ao final do ritual estavam casados. Quando o casal viesse a ter filhos, a criança recém-nascida participaria de uma cerimônia de purificação, na qual seria utilizada a água onde haviam repousado as flores e frutos do cacau. Se, por infelicidade, perdessem um parente próximo, providenciariam uma série de potes funerários de barro colorido, cheios de uma bebida mística, espessa e escura, a base de cacau. Com isso imaginavam garantir ao morto uma viagem tranqüila e revigorante para o misterioso mundo do Além.
Ao nascer, ao casar e ao morrer, tanto maias quanto astecas mantinham com o cacau uma relação de intimidade, sabor e devoção. A planta era um dos pilares daquelas civilizações extraordinárias e enigmáticas.
As principais plantações ficavam no meio da floresta tropical, cujo clima quente e úmido permitia o melhor desenvolvimento da bela espécie, em que os característicos frutos ovais e brilhantes – dourados, vermelhos ou violeta – pendem diretamente do tronco, e não dos galhos.
No Brasil o cacau chegou a Bahia há mais de dois séculos e meio em 1746. O cacaueiro adaptou-se de forma tão admirável a este solo espesso