Trabaho
O filósofo inglês Thomas Hobbes faleceu a 4 de Dezembro de 1679.
Considerado o fundador do pensamento político moderno, Hobbes é pessimista em relação à natureza humana: tornou popular a frase do escritor romano Plauto segundo a qual o Homem é um lobo para o próprio Homem e, por isso, atribuiu ao Estado um poder absoluto.
Na sua obra mais famosa, Leviatã (edição portuguesa da INCM, 1995), distingue o estado de natureza do estado político.
[distinguem-se estes dois conceitos, aqui]
No estado de natureza, reina a violência: todos os Homens são iguais, pelo que a ninguém pode ser outorgado o poder sobre os restantes; por outro lado, somos todos tão iguais, em força física, que mesmo o mais forte pode ser derrotado pelo mais fraco. Como escreve Hobbes:
“… quanto à força corporal o mais fraco tem força suficiente para matar o mais forte, quer por secreta maquinação, quer aliando-se com outros que se encontrem ameaçados pelo mesmo perigo” (Leviatã, 183).
Esta situação gera uma desconfiança total, que dá lugar a um estado permanente de “guerra de todos contra todos” e provoca o medo da destruição mútua. A sociedade (o estado civil) nasce quando os Homens (por causa da insegurança e do risco contínuos), com medo da morte, decidem entre eles por um pacto de não violência, que garanta a subsistência e a segurança: os indivíduos decidem transferir os seus próprios direitos para um governante a que outorgam poder absoluto — e o medo deixa de ser um medo geral de todos em relação a todos para ser um medo geral de todos em relação a um. Por isso, o Estado é um… Leviatã
[na Bíblia, é referido um monstro que devora os Homens chamado Leviatã. O livro de Job (capítulo 41), por exemplo, descreve-o com "coração duro como a pedra", "o ferro para ele é como a palha", "faz ferver o abismo como uma marmita", "foi feito para não ter medo"... Hobbes recupera este termo (o título do seu livro é Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado