TP1 APOLOGIA SOCIAL DO AUTOMOVEL

TIG

ESTÚDIO DE
URBANISMO

APOCALIPSE MOTORIZADO
A IDEOLOGIA SOCIAL DO AUTOMÓVEL

O AUTOMÓVEL COMO
UM BEM DE LUXO

O carro é um bem de luxo inventado para o prazer exclusivo de uma minoria muito rica; É desejável e vantajoso a partir do momento em que a massa não dispõe de um;
Portanto o luxo, por definição, é impossível de ser democratizado: se todos ascendem ao luxo, ninguém tira proveito dele.

Se todos tivessem acesso ao luxo como no caso de mansões à beira-mar, seriam necessários 140.000 km de praia para que todas as 14 milhões de famílias da França tivessem sua parte!

Em suma, a democratização do acesso às praias admite somente uma solução: a solução coletivista.

PORQUE O CARRO É TRATADO COMO UMA VACA SAGRADA?

A massificação do automóvel materializou um triunfo absoluto da ideologia burguesa no que tange à prática cotidiana: ela constrói e mantém uma crença ilusória de tirar vantagem à custa de todos.
O automóvel passa então a ser um objeto que promova ao indivíduo a sensação de estar incluído na sociedade.
O automóvel é um objeto de luxo que foi desvalorizado por sua própria difusão. Mas essa desvalorização prática não acarretou ainda sua desvalorização ideológica.
A sociedade acredita que não pode viver sem o automóvel e se apoia em demagogos que afirmam que cada família tem o direito a pelo menos um carro.

A AUTONOMIA APARENTE DO
PROPRIETÁRIO DE AUTOMÓVEL
ESCONDE
SUA
RADICAL
DEPENDÊNCIA

Se o carro deve prevalecer, há ainda uma solução: suprimir as cidades, isto é, enfileire-as por centenas de quilômetros, ao longo de avenidas enormes, fazendo delas subúrbios de estradas. O resultado final é que as pessoas não podem se deslocar facilmente porque estão distantes de tudo.
O que requer então um segundo carro, ampliando a quantidade de veículos, no final das contas, o carro desperdiça mais tempo do que economiza e cria mais distâncias do que supera.

De um objeto de luxo e de fonte de privilégio, o carro transformou-se assim numa
necessidade