Toxopplasmose

4366 palavras 18 páginas
Protocolos de Diagnóstico e Terapêutica em Infecciologia Perinatal

Secção de Neonatologia da SPP

TOXOPLASMOSE
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“A toxoplasmose congénita é uma infecção evitável”
JACK REMINGTON

Introdução O seguimento de um recém-nascido filho de mãe com toxoplasmose, nas circunstâncias em que habitualmente o fazemos, é um trabalho difícil e exige persistência e paciência.

O diagnóstico de infecção fetal ou de infecção congénita no RN é complexo e exige sabedoria e arte por parte do obstetra e do pediatra e envolvimento dos familiares para uma adesão completa ao estudo evolutivo e à terapêutica. Implica também grande convicção de que o que se está a fazer é de importância fundamental para evitar ou minorar sequelas a médio ou longo prazo. O conhecimento e a certeza de que um diagnóstico e terapêutica correctos à luz dos conhecimentos actuais, podem na realidade impedir males maiores, são os pilares fundamentais para avançar com o diagnóstico pré-natal, terapêutica durante a gravidez e estudo evolutivo e terapêutica no RN. Os elevados custos psicológicos de uma gravidez marcada pelo receio de contrair a infecção ou da suspeita de dar à luz uma criança com problemas graves do desenvolvimento, constituem outro problema não menos importante.

Importância e finalidade do rastreio na grávida Como refere Remington, a toxoplasmose congénita é uma infecção evitável e a sua prevenção pode ser primária ou secundária. Está provado que a prevenção primária da toxoplasmose congénita é uma medida eficaz. Estudos belgas revelaram que a implementação de programas educacionais de ordem higiénica e dietética reduziram a taxa de seroconversão de 60% durante a gravidez.

Porque no adulto a infecção é habitualmente assintomática, o estudo serológico é a única forma de detectar a infecção. Por isso, a prevenção secundária baseia-se no rastreio da população de grávidas com a finalidade de detectar uma

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