Topografia
As ferrugens são assim denominadas em razão das lesões amareladas, de aspecto ferruginoso, que causam nos hospedeiros atacados. Estas lesões, também referidas como pústulas, são constituídas, na maior parte, por estruturas reprodutivas do fungo, que emergem do tecido vegetal atacado através do rompimento da epiderme do hospedeiro. As pústulas encobrem parte da folha, reduzindo sua área fotossintética. Assim, a planta pode apresentar crescimento retardado, morte de perfilhos, colmos finos e encurtamento dos entrenós. Em variedades muito suscetíveis, as pústulas agrupam-se, formando placas de tecido morto.
As ferrugens podem ter ação devastadora sobre seu hospedeiro, estas doenças provocam constantemente enormes perdas em varias culturas, principalmente em gramíneas, como trigo, cevada, milho e cana. Além das gramíneas, café, soja, feijão, várias ornamentais, frutíferas e hortaliças sofrem redução na produção devido ao ataque de doenças deste grupo.
A ferrugem está presente em todas as regiões produtoras do Brasil e é encontrada em, aproximadamente, 64 países produtores. Conhecida há mais de 100 anos, a doença causa perdas de 50% nas variedades mais suscetíveis. No Brasil, a ferrugem foi detectada pela primeira vez em 1986, quando afetou canaviais dos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
ETIOLOGIA
Os fungos causadores de ferrugens são Basidiomycetos da Ordem Uredinales. Esses patógenos apresentam alta especialização com relação ao hospedeiro, inclusive havendo casos de ocorrência de formae speciales e raças fisiológicas. A colonização dos tecidos vegetais e feita através do crescimento micelial e da emissão de haustórios intracelulares.
O número de espécies fúngicas associadas a doenças do tipo ferrugem que ocorrem em Gimnospermas e Angiospermas aproxima-se de 5000, distribuídos em cerca de 130 gêneros.
Os agentes causais de ferrugens produzem vários tipos de estruturas de frutificação, cada uma correspondendo a uma fase do ciclo