Tomás Antônio Gonzaga
Poeta, jurista, ativista político e patrono da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, Tomás Antônio Gonzaga é considerado o mais notável dos poetas árcades. Nascido em Porto, em agosto de 1744, Gonzaga mudou-se para o Brasil com o pai aos sete anos de idade. Após a sua alfabetização na Bahia, em 1761 volta para Portugal para cursar Direito na Universidade de Coimbra. Após se formar, exerceu o cargo de juiz e foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica (MG). Lá conheceu a jovem pastora Maria Dorotéia, ou Marília, que para alguns fora mais tarde imortalizada em sua obra lírica mais famosa “Marília de Dirceu”. Também foi em terras mineiras que Tomás Antônio Gonzaga escreveu “Cartas Chilenas”, uma coleção de 12 cartas com poemas satíricos.
Após ser promovido a Desembargador da Relação da Bahia, Tomás pediu em casamento Maria Dorotéia, mas a família da noiva teve forte oposição. A situação piorou quando, por ser membro direto da Inconfidência Mineira, foi acusado de conspiração e preso por três anos na Fortaleza da Ilha das Cobras (RJ). Ao que tudo indica, foi lá que escreveu a maior parte das liras que lhe são atribuídas. Em 1792 foi exilado, cumprindo, então, uma pena de dez anos em Moçambique. Na África, trabalhou como advogado, procurador da Coroa e Fazenda e juiz da Alfândega de Moçambique. Lá também se casou e teve dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga e Alexandre Mascarenhas Gonzaga. Em 1799, é publicada a segunda parte de “Marília de Dirceu”, com 65 liras - a primeira havia sido publicada em 1792. E, em 1810, rico e considerado, sofre uma grave doença e falece. Como legado deixou suas principais obras “Tratado de Direito Natural”, “Marília de Dirceu” e “Cartas Chilenas”.