Todos
Olá...
Mais uma vez estamos juntos para discutir Literatura. Desta feita, a bola da vez é a Literatura Infanto-Juvenil.
Neste primeiro semestre, apresentaremos, para discussão, alguns elementos básicos para situar a Literatura Infanto-Juvenil no contexto escolar e do leitor. No segundo, será a vez dos Seminários, abordando alguns temas extraídos de textos acadêmicos.
Este blog será nosso espaço de comunicação. Igual ao do ano passado, estarei publicando textos e informações pertinentes à disciplina, e os alunos poderão também se comunicar com a turma, através do espaço dos comentários, ou especificamente comigo através do e-mail edsontavares5@hotmail.com.
Espero que este seja um semestre bastante produtivo.
Abraço a todos,
Edson Tavares
EXISTE LITERATURA INFANTIL?
O gênero “literatura infantil” tem, a meu ver, existência duvidosa. Haverá música infantil? Pintura infantil? A partir de que ponto uma obra literária deixa de constituir alimento para o espírito da criança ou do jovem e se dirige ao espírito do adulto? Qual o bom livro para crianças, que não seja lido com interesse pelo homem feito? Qual o livro de viagens ou aventuras, destinado a adultos, que não possa ser dado a crianças, desde que vazado em linguagem simples e isento de matéria de escândalo?
Observados alguns cuidados de linguagem e decência, a distinção preconceituosa se desfaz. Será a criança um ser à parte, estranho ao homem, e reclamando uma literatura também à parte? Ou será literatura infantil algo de mutilado, de reduzido, de desvitalizado — porque coisa primária, fabricada na persuasão de que a imitação da infância é a própria infância?
Vêm-me à lembrança as miniaturas de árvores, com que se diverte o sadismo botânico dos japoneses; não são organismos naturais e plenos; são anões vegetais. A redução do homem que a literatura infantil implica dá produtos semelhantes. Há uma tristeza cômica no espetáculo desses cavalheiros amáveis e dessas senhoras não menos gentis,