Tiete e sua historia
A 840 metros de altitude o rio Tietê nasce na região conhecida como “Pedra Rajada” na Serra do Mar a 22 quilômetros do Oceano Atlântico no município de Salesópolis e deságua no Rio Paraná em divisa com o Mato Grosso do Sul.
Antes mesmo da chegada dos colonizadores portugueses, a várzea do rio já era habitada por povos indígenas que ali se banhavam, tiravam seu sustendo através da caça e pesca, e se recreavam. Por volta de 1560, chegaram os Jesuítas que, ao analisarem as terras, não tiveram dúvidas de que o melhor lugar para sua instalação era a várzea que oferecia maiores facilidades como acesso a terras distantes através da navegação.
A história do rio está intimamente ligada a historia de desenvolvimento demográfico e econômico de São Paulo, bem como, do Brasil. Com a descoberta de ouro na região de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, o Tietê se tornou a principal rota de transporte entre o sertão e o litoral, onde todo o ouro era despachado para Lisboa.
Após a decadência do ciclo do ouro, os mineradores das jazidas encontradas fora da capitania de São Paulo, bem como seus escravos, retornaram a então capitania de São Paulo a fim de se dedicarem a novas atividades, como comércio, lavoura e, principalmente (nessa época) a criação de gado, tudo isso, em várias partes, mas, em maior concentração, na várzea do rio nas regiões de Mogi das Cruzes, São Miguel e Guarulhos.
No fim da década de 1711, ainda bem discreto, introduziu-se em São Paulo, o plantio do café. Meio século depois, a prática se expandiu por toda a capitania gerando aumento populacional e econômico devido à chegada de novos fazendeiros investidores, de seus trabalhadores na colheita e familiares. Nessa época, São Paulo foi o maior centro produtor do mundo e gerou grandes riquezas e desenvolvimento para a sociedade. Segundo Nóbrega, “foi justamente à beira do Tietê, em 1788, na Casa Verde, que floriu e frutificou o primeiro cafezal de que se há notícia em terras paulistas”.