TIA ADRIANA
Quando o capitalismo ainda não era o modelo econômico vigente no mundo, a cultura popular era vista como um conjunto de manifestações humanas que exemplificam as crenças, os mitos, os símbolos, as imagens, o folclore, os hábitos e os valores. A partir da Revolução Industrial e, consequentemente, a implantação do capitalismo, a cultura popular se bifurcou, criando, assim, um novo seguimento, a cultura de massa.
A cultura de massa é uma mercadoria, que visa sempre gerar o lucro. Os produtos são muito parecidos, perdendo assim a sua individualidade. As pessoas, que antes eram importantes para a produção cultural, limitam-se a apenas exercer o papel de consumidoras, tornando-se secundárias nesse sistema. Além disso, elas também perdem a autonomia. Os indivíduos passam a querer um determinado produto não pela necessidade, mas por todos terem.
Ao contrário do que acontecia com a popular, a cultura de massa não se limita a um território. Ela é globalizada, já que consegue unir elementos de diversas sociedades. Elas também se diferenciam pelo fato de que a cultura popular é produzida pelo e para a massa, enquanto a de massa apenas para a massa e pelo capitalismo.
O carnaval de Salvador é um exemplo de cultura que se criou como um movimento popular e, com o passar dos anos, passou a ser, também, um produto, unindo assim as duas culturas. O que se iniciou com um grupo de pessoas que iam as ruas para se divertir transformou-se em uma grande indústria onde astros da música baiana cantam em cima de um carro, separados do povo, privilegiando aqueles que pagam altos preços para curtir.
Atualmente, a cultura popular está em decadência. Hoje, as simples manifestações populares não são tão valorizadas como eram antes da Revolução Industrial. O que está em destaque no momento é o que é imposto pelo capitalismo, no caso, aquilo que gera lucro. Ivete Sangalo é cultura de massa porque vende, mas uma banda desconhecida pode ser tão boa quanto, mas por