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Jose Saramago
Seabra, 2014
Fichamento de Claraboia
Jose Saramago
Seabra, 2014
Capitulo I
Silvestre com um movimento rápido, sentou-se na cama, por baixo da camisola, os músculos do dorso rolaram e estremeceram [...] Precisava desses músculos para o seu ofício de sapateiro. ( pág. 09)
Pelo o modo de andar, adivinha que Mariana era gorda e que não poderia vir depressa, a voz de Mariana era tão gorda como a sua dona. Era tão franca e bondosa como os olhos dela. ( pág. 10-11 ).
Silvestre abriu a janela e deitou uma vista de olhos para fora [...] Pouca gente passava na rua. Silvestre começou a distinguir um bater de saltos nos degraus da escada, identificou-os imediatamente [...] Era assim todas as manhãs. Quando Adriana saía de casa já o sapateiro estava à janela do rés do chão. ( pág. 13-14)
Silvestre largou o sapato e torceu a cabeça para fora da janela, não era bisbilhoteiro, mas gostava das vizinhas do segundo, boas freguesas e boas pessoas. Saudou: Viva menina Isaura! ( pág. 14)
Isaura deixou morrer o diálogo e fechou a janela devagar. Tinha um monte de camisas para acabar até ao fim dessa semana [...] Isaura tinha experiência bastante de leitora para assim julgar, as camisas a esperavam-na (pág. 15).
Na cozinha as duas velhas continuavam a falar. Tia Amélia era, por assim dizer, ecónoma da casa, era ela que cozinhava e fazia contas e dividia as rações pelos os pratos. Cândida, mãe de Isaura e Adriana [...] Cândida era a mais velha, e, tal como Amélia, viúva. de curvar a cabeça sobre a máquina, deixava correr os olhos e o pensamento. (pág. 16- 17 )
Cândida abanou devagar a cabeça, era uma criatura sempre perplexa e indecisa, que sofria domínio da irmã [...] Amélia calou-se e voltou à cozinha, entretanto, Isaura, lançada no trabalho, enchia a casa de barulho. O chão vibrava [...] Tia Amélia nunca dizia palavras supérfluas. A