Thiago de Mello
Preso e torturado pelo regime militar, exilou-se no Chile. Lá conheceu Pablo Neruda, de quem se tornaria amigo e tradutor. A época de repressão generalizada pela América do Sul acentuou-lhe a revolta poética e seu já apurado senso de justiça.Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, o livro, rendeu-lhe, em 1975, o Prêmio de Poesia concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e apresentou-lhe internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.
Aos 80 anos, Thiago de Mello é reconhecido, sobretudo nos países latino-americanos, como um dos maiores nomes vivos da poesia de caráter social. Sua obra está repleta de livros engajados, cujos poemas tomam declaradamente o partido dos pobres e dos oprimidos do mundo: Faz Escuro Mas Eu Canto (1968), Os Estatutos do Homem (1973) e Canto do Amor Armado (1975) - só para citar os três trabalhos mais populares e traduzidos de sua bibliografia. Campo de Milagres (1998) trouxe com força a preocupação ecológica em sua poética.
“Para fazer algo em defesa da humanidade é preciso, em primeiro lugar, que cada um de nós faça alguma coisa por este planeta tão degradado; a Terra flutua no espaço como um pássaro em extinção”, declarou o poeta, na ocasião do lançamento do CD, em São Paulo. Thiago de Mello joga no time dos que Bertold Brecht classificou de “imprescindíveis”. O CD A Criação do Mundo celebra o ponto mais alto da carreira de um poeta comprometido com o Brasil e com a humanidade.