The net
O filme “The Net” é bem mais que um “thriller” de ação e suspense, na verdade, a mensagem que este filme deixa aos seus espetadores, é um retrato dos perigos inerentes de “surfar” na internet (apesar de achar que foi ficcionado um “pouquinho” de mais).
A evolução tecnológica, tem inúmeras vantagens, facilitando, agilizando e proporcionando, por exemplo, o trabalho a distância, a ligação (in) pessoal a qualquer pessoa, em qualquer lugar a qualquer momento, entre muitas outras situações, atentemos aos perigos e desvantagens que daqui advém.
Este filme aborda todas estas questões e todo este dilema, partindo da personagem Angela Bennet (representada por Sandra Bullock) que é uma competente analista de sistemas. Esta personagem retrata bem o que é perder, ou melhor não ter uma vida por detrás do ecrã do computador.
Angela vive completamente isolada do mundo, não “conecta” com ninguém, nem os colegas de trabalho conhece pessoalmente.
É o retrato fiel de uma vida, sem qualquer vida, onde reina o isolamento das pessoas e a invasão da privacidade, feita por meios remotos de controlo à distância. Somando tudo isto, as pessoas não se vêem, não existem, não têm identidade ou porque nunca a tiveram ou porque nesta escalada da era digital a foram progressivamente perdendo.
Após a visualização deste filme, penso que para além de equacionar todas as questões descritas supra, fica uma mensagem, aliás um alerta para que há vida para além da tecnologia. Mais que tudo a tecnologia deve estar ao serviço das necessidades do ser humano, não deve ser um motor de desumanização e não pode em circunstância alguma comandar a vida das pessoas em geral e em particular.
Infelizmente, é isto que tem vindo a acontecer, é hora de parar para repensar a nossa relação com a era digital, sob pena de terminarmos sozinhos entre a multidão ou de sermos