The beatles, rock´n´roll e a questão do ritmo

No rock´n´roll podemos identificar pelo menos 3 rítmos (ou levadas) distintas. Aquela 4/4 "Tcha-tchum-tchum" presente em "Dizzy miss Lizzi" (gravação dos Beatles) e em "I saw her standing there". Tem também aquela "u-hum-tcha" presente em “One after 909” no show do telhado e em "She´s a woman". Identificamos também a "levada" que pode ser classificada como um mix das duas descritas, uma espécie de rock-blues presente em “Kansas City”, em “Matchbox” e “Miss Claudie”. Esses 3 ritmos, independentemente da melodia, se tocados em uma estrutura tradicional de twelve bars com um mínimo de competência, com walking bass, irão agradar e levantar a platéia em um show.
Músicas que se enquadram nesta categoria se prestam a abrir/fechar um show ou um set, tanto que os Beatles assim utilizaram " Rock´n´roll music" e "I´m dowm". Abrir/fechar uma apresentação com "Yes it is" ou "And I love her", por exemplo, é pouco recomendável...
Na realidade, foram os anos de aprendizado/apresentação em Hamburgo e no Caver Club com um repertório de rock´n´roll que levaram os Beatles a fazer explodir e a consolidar a beatlemania. "Tell me why", "Cant by me love", "I saw her standing there" são composições dos Beatles que se apoiaram na questão do ritmo acima descrita. Sem, contudo, desconsiderar o vocal e as harmonias inovadoras presentes nas suas músicas "clássicas" tipo "She Loves you" e "I want to hold your hand".
A produção do conjunto após "Rubber Soul" só alcançou o resultado que alcançou devido ao sucesso prévio deles. Um LP "conceitual" com músicas indianas de George e com músicas experimentais de Lennon tipo "Tomorrow never knows" seria um fiasco, um fracasso comercial e arrisco que até mesmo seria um fracasso artístico (conceito no meio musical), caso a beatlemania não já tivesse acontecido.
“Ficou mais fácil fazer experiências porque já tinhamos feito sucesso. A chave era essa: fazíamos sucesso e eles falavam “OK , sejam bem-vindos”. Quanto maior o nosso sucesso mais