TEXTOS
Julgue como drama, como insensatez ou como quiser. Quem está sentindo sou eu, e só eu posso mensurar o quão esta situação é inapropriada para mim que sempre fez de tudo para transformar a nossa relação na felicidade existente, ampla e duradoura que ela foi. E foi por muito tempo. Por um tempo que de tão incrível, passou a ser insuportavelmente memorável. E se tem uma coisa ruim na parte de viver uma história de amor inesquecível, é que quando ela chega ao fim, o inesquecível se torna o seu pior inimigo.
Antes, a sensação de tê-lo comigo ainda que estivéssemos longe (como na hora do trabalho, na hora do futebol com os amigos, ou em qualquer outro momento), era pacífica, gratificante e até mesmo prazerosa. Uma mensagenzinha sequer que representasse a sua presença, era algo tão incrível que nem consigo explicar. Já hoje, estou tendo que conviver com sua ausência em todos os aspectos atormentando os meus dias e me fazendo abraçar a saudade como a única maneira possível de tê-lo por perto: através das lembranças.
Quando vou dormir, lembro-me dos seus “boa noites” verbalizados por aquela voz que já imprimia todo o cansaço do dia, seguido por um “eu te amo” que me fazia sorrir enquanto respondia que também o amava. Quando acordo, lembro-me de quando amanhecíamos juntos debaixo do mesmo cobertor nos finais de semana em sua casa. E assim, uma lembrança vai ativando outra, outra e mais